Mulher que descobriu câncer de mama dias antes do parto alerta sobre autocuidado: 'Hoje eu sou a minha prioridade'

  • 25/10/2025
(Foto: Reprodução)
Mulher que descobriu câncer de mama dias antes do parto alerta sobre prevenção Um ano e nove meses após descobrir um nódulo na mama às vésperas de dar à luz, a representante farmacêutica Vanessa Benelli, de 40 anos, tenta retomar a rotina com a certeza de que a vida ganhou outro ritmo em Ribeirão Preto (SP). Em remissão desde junho deste ano, ela conta que o diagnóstico de câncer transformou a forma como enxerga o próprio corpo, o tempo e as prioridades. “Se eu pudesse voltar no tempo, teria olhado mais pra mim. Teria feito o exame antes, teria me cuidado mais. Hoje eu entendo que meus filhos, meu trabalho e minha vida dependem de mim saudável. Hoje eu sou a minha prioridade, me cuido para poder cuidar da minha família", diz. ✅Clique aqui para seguir o canal do g1 Ribeirão e Franca no WhatsApp A representante farmacêutica Vanessa Benelli descobriu câncer de mama dias antes do parto do filho caçula em Ribeirão Preto, SP Arquivo pessoal Nódulo durante a gestação Vanessa foi diagnosticada com câncer de mama em janeiro de 2024, nove meses após o nascimento do segundo filho, Léo. O primeiro sinal da doença surgiu ainda durante a gestação, quando ela já estava com 38 semanas. Durante uma consulta de rotina, ao comentar que sentia um pequeno caroço no seio, a médica solicitou um exame de ultrassom. O resultado apontou um nódulo de dois centímetros, com alta suspeita de malignidade. Mas, por causa da proximidade do parto, a recomendação foi aguardar. “Eles me disseram que poderia ser um abscesso de leite. Eu quis acreditar nisso. Quando meu bebê nasceu, as glândulas mamárias aumentaram, o caroço sumiu e achei que estava tudo bem”, relembra. Nos meses seguintes, a rotina com o recém-nascido e o filho mais velho, então com dois anos, afastou qualquer preocupação. Vanessa se envolveu totalmente com a maternidade. “Eu fiquei tão envolvida com meu maternar que nem pensei, eu nem lembrei disso. Quando meu seio começou a diminuir, eu comecei a sentir de novo o carocinho. Mas eu ainda achava que era leite, eu falava: 'Daqui a pouquinho isso vai sumir'. Eu cheguei a ir na minha médica para poder pedir remédio para secar o meu leite. Eu realmente me esqueci de tudo”. O retorno ao consultório só aconteceu em janeiro de 2024. O nódulo havia crescido e estava com sete centímetros. Uma nova biópsia confirmou o diagnóstico de câncer de mama. Vanessa Benelli, o marido e os filhos em Ribeirão Preto, SP Arquivo pessoal Tratamento e equilíbrio O tratamento começou logo depois da confirmação. Foram 16 sessões de quimioterapia, sendo 12 consideradas mais leves e quatro do tipo “vermelha”, mais agressivas, seguidas por cirurgia, 30 sessões de radioterapia e imunoterapia até junho deste ano. Mesmo com os efeitos físicos e emocionais, Vanessa diz que escolheu enxergar o tratamento como parte da cura. "Eu nunca olhei para ele [tratamento] como algo ruim. Cada gota de medicação era uma gota de esperança. Eu repetia para mim mesma: 'que o medicamento vá direto nas células doentes'. Acreditar nisso me deu força", diz. LEIA TAMBÉM Representante farmacêutica de Ribeirão Preto descobre nódulo no seio durante consulta para marcar parto Pesquisa da USP desenvolve inteligência artificial para diagnóstico do câncer de mama Distante do restante da família que vive em Franca (SP), Vanessa contou principalmente com o apoio do marido. Para ela, o desafio não foi apenas físico, mas também mental. Eu aprendi que a cabeça influencia muito. Se a gente se entrega ao medo, tudo fica mais pesado. Por isso, me mantive positiva o tempo todo. Cada etapa era uma vitória Representante farmacêutica de Ribeirão Preto descobre nódulo no seio durante consulta para marcar parto Arquivo Pessoal Diagnóstico que salva Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de mama foi responsável por 29% de todos os casos de câncer registrados no Brasil em 2024, sendo a principal causa de morte por câncer entre mulheres. A taxa de mortalidade da doença gira em torno de 30%, mas, quando o diagnóstico é feito ainda nos estágios iniciais, as chances de cura ultrapassam 90%. "O diagnóstico precoce é fundamental, por isso que existe a mamografia como método de rastreio. Ela vai impactar a sobrevida global e a sobrevida livre de recidiva, que a gente fala. Quando você diagnostica o câncer precocemente, o estagiamento dele é menor. Então, se você tem o estágio 1, a chance de cura é maior do que o estágio 2 e assim por diante. Por isso que quanto mais precocemente for diagnosticado, maior a chance de cura", explica o médico oncologista Diocésio Andrade, da Oncoclínicas de Ribeirão Preto. Embora seja mais comum em mulheres acima dos 40 anos, o câncer de mama pode surgir em qualquer idade, diz o especialista. "Isso é um mito. Ele é mais frequente depois dessa faixa etária, mas você pode ter câncer, por exemplo, com 30, 35, 25 anos, qualquer idade". Durante a gravidez, as transformações hormonais e anatômicas dificultam o diagnóstico, já que a mamografia não pode ser feita nesse período, situação que aconteceu com a Vanessa. "Na gestação é complicado, você não pode sair fazendo qualquer exame, o corpo está mudado por causa da gravidez. Você não pode fazer mamografia na gestação, então o que a gente orienta é estar fazendo um pré-natal adequado e estar vendo a saúde da mama, para se o obstetra ou ginecologista notar alguma alteração no exame físico da mama, poder investigar, biopsiar, para fazer o diagnóstico o mais precoce possível". Autoexame é importante na prevenção do câncer de mama, mas não deve substituir a mamografia Divulgação O médico acrescenta que, durante a amamentação, apesar de não ter restrições, o diagnóstico também pode ser mais difícil. "Na amamentação não tem contraindicação de radiação, porque a radiação não vai passar pelo leite, só que a mama da mulher que está amamentando também vai estar diferente. É uma mama mais difícil também de detectar algum câncer. Ela vai estar produzindo leite, vai estar inchada e isso pode esconder eventuais nódulos", explica. O médico explica ainda que o acompanhamento é importante em casos de histórico familiar da doença. "Quando tem um histórico familiar positivo, ela deve além de procurar o mastologista ou oncologista, procurar o geneticista para ele fazer uma análise genética dela e da família. Se for positivo, retirar as duas mamas. A gente tem que diferenciar que a pessoa pode ter vários parentes com câncer e não necessariamente ela tem uma predisposição hereditária", afirma. Autocuidado e mudança de olhar Hoje, Vanessa encara o Outubro Rosa, mês dedicado à conscientização do câncer de mama, de outro jeito. Para ela, a campanha não é apenas uma lembrança de quem passou pela doença, mas um convite à prevenção. Com os filhos crescendo e a rotina retomada, ela tenta usar a própria história como ferramenta de conscientização. Outubro Rosa não é só pra quem venceu o câncer. É pra quem ainda pode se prevenir, pra quem acha que nunca vai acontecer. Eu me sinto com a missão de falar sobre isso. Eu vivi e quero que outras mulheres não passem pelo mesmo susto. A gente não deve esperar o corpo gritar pra se cuidar Representante farmacêutica que descobriu câncer de mama dias antes do parto fala sobre a importância da prevenção: “hoje eu sou a minha prioridade” Arquivo Pessoal Veja mais notícias da região no g1 Ribeirão Preto e Franca VÍDEOS: Tudo sobre Ribeirão Preto, Franca e região

FONTE: https://g1.globo.com/sp/ribeirao-preto-franca/noticia/2025/10/25/mulher-que-descobriu-cancer-de-mama-dias-antes-do-parto-alerta-sobre-autocuidado-hoje-eu-sou-a-minha-prioridade.ghtml


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