Adiada após veto à Milly Lacombe gerar onda de cancelamentos, Flim será realizada em novembro
24/10/2025
(Foto: Reprodução) Edição da Flim é adiada
A Festa Lítero Musical (Flim) de São José dos Campos, adiada após o veto do prefeito Anderson Farias (PSD) à participação da jornalista Milly Lacombe e a sequência de cancelamentos que se seguiram, vai ser realizada no fim de novembro com uma nova programação.
A Flim agora será realizada entre os dias 28 e 30 de novembro, e vai receber a 58ª Semana Cassiano Ricardo. A programação ainda não foi oficialmente confirmada pela Associação para o Fomento da Arte e da Cultura (Afac), que gere o Parque Vicentina Aranha, mas o g1 teve acesso a uma prévia.
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A abertura do evento será no dia 28, com o show 'Silvero Pereira canta Belchior', que também estava entre as atrações na programação anterior.
Nos dois dias seguintes, estão previstas atividades como mesas literárias, apresentações musicais, lançamentos de livros de escritores locais, oficinas, atividades artísticas, programações infantis e exposições.
As principais mesas literárias vão ter convidados como os apresentadores Jonas Almeida e Kelly Maria e escritores como Jô Freitas, Paulo Barja e Guilherme de Lima. Nenhum deles estava na programação da edição adiada.
A Afac reforçou que os convidados estão sendo confirmados e a programação ainda está em construção. Segundo a associação, a curadoria do evento será da escritora Zenilda Lua e da professora e pesquisadora Sônia Gabriel. Apesar disso, Zenilda Lua afirma que é apoiadora da Flim e não curadora.
"Não somos curadoras, estamos como apoiadoras da Afac pra tentar reconfigurar e fazer a nova Flim. Sofremos um retrocesso imenso, mas não tinha como não aceitar esse convite, porque a Flim faz parte dos meus acessos mais reais. Eu faço parte desde a primeira edição da Flim. Estamos trabalhando arduamente para que a Flim seja realizada e não acabe extinta", declarou Zenilda.
FLIM é adiada após veto a Milly Lacombe e cancelamentos de convidados
Festa adiada
A Flim foi adiada em setembro após a jornalista Milly Lacombe ser vetada e ocorrer uma onda de cancelamentos de participantes como forma de repúdio. Foi a maior crise do evento, que existe há dez anos na cidade.
As três curadoras e 16 autores cancelaram participação em protesto ao veto à Milly. Ela foi barrada pelo prefeito Anderson Farias (PSD) depois da repercussão de declarações ao podcast “Louva a Deusa”, no fim de julho deste ano, em que fez críticas ao conceito de família tradicional.
Ao g1, o podcast afirmou que a fala de Milly foi tirada de contexto, afirmando que "há discrepância evidente entre o que foi dito originalmente pela convidada e os recortes posteriores usados para promover censura, desqualificação pública e silenciamento".
A Flim é uma feira literária que promove diversas atividades gratuitas à população, como mesas literárias, lançamento de livros, rodas de conversa, contação de histórias, salas de leitura, shows e ações didáticas.
Nas 10 edições até aqui, a Flim já envolveu mais de 300 escritores convidados, com a participação de diversos nomes nacionais e até internacionais.
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Foto 1: Vitor Chambon/Divulgação Agência Brasil Foto 2: Divulgação/Prefeitura de SJC
Neste ano, a Flim já havia confirmado a participação de profissionais renomados, como Xico Sá, Marisa Orth e a própria Milly Lacombe.
Também já participaram do evento Mia Couto, Maria Ribeiro, Gregório Duvivier, Zezé Motta, Laerte, Ignácio de Loyola Brandão, Chico César e o poeta argentino Washington Cucurto.
A feira sempre aconteceu Parque Vicentina Aranha, uma área verde considerada um dos principais cartões postais de São José dos Campos
Ao g1, o podcast “Louva a Deusa” disse que "vê com preocupação o uso recortado e manipulado da opinião da escritora e jornalista Milly Lacombe" e, segundo o canal, "há discrepância evidente entre o que foi dito originalmente pela convidada e os recortes posteriores usados para promover censura, desqualificação pública e silenciamento".
"O podcast reforça seu apoio irrestrito ao que a convidada de fato promoveu em nosso episódio: reflexão e questionamento lúcidos sobre o uso de valores familiares para promover exclusão e preconceito a corpos dissidentes e outros agrupamentos familiares absolutamente legítimos. Seguiremos sendo espaço seguro para promoção de conversas plurais, confiando em nossa vocação de desafiar o senso comum", finalizou o podcast na nota.
Imagem de arquivo - Criança lendo gibi.
Júlia Reis/g1
Flim de São José dos Campos
Reprodução/TV Vanguarda
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